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TIVE A GRATA SATISFAÇÃO DE CONHECER A RESPOSTA DO CNJ À "INCOMADA" (E CONTUNDENTE) QUEIXA DO DR ODILON EM DEFESA DOS IDOSOS...
Tive a grata satisfação de conhecer a resposta do CNJ à 'incomada' (e contundente) queixa do Dr. Odilon em defesa dos idosos, e que expõe de forma ainda mais evidente um problema grave na estrutura de nosso povo como sociedade organizada.
Não chama atenção apenas a corajosa iniciativa do egrégio advogado ao 'cutucar' uma ferida sofrida - a demora nas decisões judiciais, mas conseguir desnudar um dado que conhecíamos apenas sofrendo na pele, mas que poucos tinham conhecimento 'oficial' do tamanho desse problema. É justo dizer, antes de qualquer outra coisa, que a resposta dada pelo membro daquele Conselho traz uma defesa justa e verdadeira quando afirma que nosso Sistema Judiciário tem se esforçado (e literalmente dado suor) para atender ao chamamento dos tantos que dela recorrem. Contudo, como jornalista, um dado me chamou maior atenção naquele texto. Fiquei surpreso com a impactante informação contida ali, quando o conselheiro expôs de forma franca que se nenhum novo processo fosse iniciado em nosso país a partir de agora, somente daqui a 2 anos e 8 meses estaríamos vendo solucionadas todas as demandas em curso até então. E mais: com o Judiciário trabalhando 'com força total'.
Diante de constatação tão estarrecedora, o que pediu o Dr. Odilon no documento motivador da informação ganha ainda mais força, inclusive pela inexorável "matemática da vida". Segundo dados do IBGE (2020), a expectativa de vida do brasileiro é de 76,8 anos. Imaginemos então que um recém amparado pela 'Lei da Bengala" (idoso a partir de 75 anos) inicie um processo. Se a média exposta pelo conselheiro recaia sobre ele (quase 3 anos de espera), somente 'no plano espiritual' esse longevo compatriota veria seu processo concluído (isso se, por acaso, estivesse vivendo nesse cenário impossível onde apenas os processos ativos estivessem sendo julgados). Dá pra entender o tamanho disso???
Parabenizo o Dr. Odilon por mais essa ousada iniciativa, que não apenas serve de escudo para os interesses de um grupo naturalmente frágil, mas por nos permitir a chance de conhecer oficialmente uma realidade tão difícil aos que buscam um valor tão grandioso quanto a liberdade: a justiça.
Amplio minhas congratulações ao Conselheiro pelo aguçado senso de transparência pública, demonstrando dividir as mesmas preocupações deste modesto comunicador. Materializa-se o que bem ensinou o sábio ex-presidente norteamericano Benjamin Franklin: "Viver é enfrentar um problema atrás do outro. O modo como você o encara é que faz a diferença".
“O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio advogado sob sua responsabilidade pessoal”.